Virou tradição, aos domingos, as pessoas se reunirem em alguma padaria da cidade para saborearem o café da manhã e colocar o papo em dia. Mas nem sempre foi assim. Sou de uma época em que o café era feito e servido em casa com toda família à mesa. Eu sempre acordava com aquele cheiro de café, que predominava o ambiente, feito pela dona Cida. Os pães eram chamados de "bengala", a família era grande então o padeiro deixava em casa quatro bengalas e um litro de leite em garrafa. O leite era fervido por último, para não esquecer no fogo e derramar em todo fogão (tem que ficar de olho dizia minha mãe). A outra forma de tomar leite quente era aproveitar o gado dos vizinhos, que sempre ofereciam, passa lá em pega o "leitinho" para as crianças. Eu experimentei por muitas vezes, mas sempre seguindo algumas recomendações do tipo: aprecie com moderação. O leite tirado na hora é muito rico em gordura e se você exagerar na dose é melhor se apressar para o caminho de volta, ou ter um banheiro por perto. Uma outra coisa que marcou minha infância foi o "cheiro dos currais". Era cheiro de bosta e mijo de vaca, mas a gente estava acostumado com isso é uma característica do lugar. Essa foto foi feita em 20 de setembro de 1990 para ilustrar uma matéria que falava do aumento do leite. Nela poderão notar que a molecada espera pelo leite "direto da fonte". E aí já tomou o seu café da manhã?
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