A noite em que a Ana Botafogo dançou só para mim (10/09/1998)

Senta que lá vem história!

No relógio faltavam poucos minutos para as 23h e eu já estava me preparando para ir embora. Na redação do Correio Popular haviam poucas pessoas e o jornal estava quase no fechamento, quando veio a ordem da chefia: Bassan a Ana Botafogo vai se apresentar em Campinas e está hospedada em um hotel na Avenida Aquidabã, garante umas fotos dela para fazermos a matéria para amanhã. Confesso que não gostei, pra quem não sabe sair para fazer fotos nesse horário era dar sopa pro azar, vai que depois dessa foto pinta uma rebelião e se isso acontecesse só iriam me render no dia seguinte às 7h. Mas graças a Deus isso não aconteceu. Peguei minhas "traias" e fui para o hotel. Isso aconteceu no dia 10 de setembro de 1998. Já era quase primavera, mas naquela noite por incrível que pareça estava frio. Esperei alguns minutos e logo depois chegou a Ana Botafogo acompanhada de um rapaz também dançarino que iria se apresentar com ela no dia seguinte. Infelizmente, não vou me lembrar o nome do dele. Me apresentei dizendo que era do jornal e gostaria de fazer umas fotos. De uma forma muito educada, ela disse que eles estavam cansados da viagem, e que gostariam de descansar.  Quando terminou de falar isso, percebeu a minha decepção e perguntou se iria demorar.  Eu disse que se passasse de dois minutos era marmelada minha, eles riram e concordaram em fazer. Falei que   gostaria de fazer eles dançando,  e ela disse que seria impossível, pois estavam com frio e as roupas não eram adequadas.  Ela também tinha receio de fazer algum movimento sem alongar,  que poderia causar alguma lesão e completou "não dá estou de calça, e outro detalhe não tem música, como se dança sem música?" Dai eu disse que era seu  fã desde sempre e seria uma honra ter esse registro.  Eles se olharam e ela respondeu, que tudo bem mas tinha que ser rápido. Tiraram os casacos e fizeram alguns passos.  Antes dos dois minutos, como havia prometido, eu já tinha feito as fotos. Eles me convidaram para um café e claro que aceitei. Depois do café, me despedi. Mas antes deles entrarem no elevador ela perguntou se eu iria assistir ao espetáculo, e eu respondi que sim e voltei para o jornal com as fotos. Não fui ao teatro no dia seguinte, mas estava feliz, afinal, não é sempre que se tem a sorte de ver de perto uma das bailarinas mais famosas do Brasil, dançando só para mim.