Meu ponto de vista.
Quando preparo uma foto para colocar no blog, deixo por último o mais gostoso porém o mais difícil. O título de uma foto é tão importante quanto ela. A princípio, o título seria "Trabalho infantil". Mas comecei a pensar sobre esse assunto e cheguei a seguinte conclusão: não lembro onde fotografei essa criança, a única referência era um papel escrito trabalhadores sem terra que viraram sitiantes ou fazendeiros. Uma foto como essa, nos dias de hoje poderia levar o pai dessa criança para a cadeia, por estar explorando o filho com o tal trabalho infantil. O que vou escrever aqui pode surpreender e chocar muita gente e posso ser mal interpretado mas não me importo com nada disso, pois é só o meu ponto de vista. Sou de uma época em que os filhos ajudavam os pais no orçamento doméstico e iam trabalhar muito cedo. Eu por exemplo, abandonei os estudos para trabalhar como faxineiro no Estúdio Eurydes em Campinas e entregava todo meu salário para minha mãe (centro e trinta e quatro cruzeiros e dez centavos). Esse valor não supria quase nada mas para mim era uma alegria. Lembro-me até hoje de quando recebi pela primeira vez esse dinheiro. O menino da foto, com certeza sentiu como é duro a vida de quem trabalha de sol a sol para sustentar a família. O pai talvez, desta forma, passou tudo aquilo que tinha de melhor para o guri e o ensinou a trabalhar na terra arando, com o arado no lombo do burro para fecundar a terra e dela tirar o sustento. E a coisa era difícil. Acho que trabalhar quando menino ficou "demode" afinal é uma prática do século passado. Eu concordo a escola seria o melhor para essa criança mas na prática a realidade é outra. O que me assusta é que trabalhar não pode, mas ficar perambulando pelas ruas da cidade, pedindo uma moeda aqui e outra ali, isso pode. Deixar de ir para a escola e ter referências de que o certo é os pais blindarem seus filhos dando a eles tudo que pedirem, acho que esse é o maior erro que um pai pode cometer. Enquanto repórter fotográfico cheguei a fotografar alguns pais chorando e se lamentando pela prisão de um filho por ele ter trilhado por outros caminhos e sempre ouvia os pais dizendo "dei de tudo para esse menino e olha como ele me agradece". Nessa hora eu me afastava e a única coisa que pensava era essa: esse foi o seu maior erro. Não sei quem é esse menino da foto. Hoje, ele deve estar com seus quase 30 anos e nem sei o que ele faz da vida, a única certeza é que ele nunca foi parar em uma FEBEM ou Fundação Casa. E sabem por que? Porque ele aprendeu logo cedo o que é certo e o que é errado. Um bom dia para você que aprendeu desde de criança os segredos da vida!
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