quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

César, atropelado pelo próprio carro

Senta que lá vem história!!! É tragicômica e com final quase feliz.
Poucos dias antes do Natal, eu estava de plantão num final de semana e seria inaugurada e entregue à população uma praça na Vila Aurocan. Assim que cheguei na praça vi um rapaz em uma cadeira de rodas com o joelho ralado e com o pé enfaixado e pensei: caiu da moto. Durante os discursos das autoridades, fui circulando pela praça e fazendo fotos e quando percebi estava bem ao lado do tal "cara" de cadeiras de rodas. Perguntei a ele: "foi acidente de moto"? sua resposta veio acompanhada de um sorriso: "fui atropelado…pelo meu próprio carro". Falei o quê??? e dei uma sonora gargalhada. Aí me dei conta que nem conhecia o rapaz e estava rindo daquela situação, pedi desculpas e saí meio sem jeito e dizendo a mim mesmo que mancada hein !?!, Seo Bassan. Acabaram os discursos, descerraram a placa inaugural, o prefeito deu uma caminhada pela praça, conversou com alguns moradores e foi embora. Quando voltei, onde estava estacionado o nosso carro, quem estava perto do veículo? o "cara" de cadeiras de rodas. Respirei fundo e ao me aproximar já fui me desculpando novamente e disse: "olha eu não deveria rir daquela forma como é mesmo seu nome perguntei"? Cesar foi sua resposta, ele disse: não esquenta não, é engraçado mesmo e isso eu nunca mais vou me esquecer. Perguntei a ele, como  havia conseguido aquela proeza e nós dois  rimos e ele começou a me contar sua história. O dia 28 de novembro e um dia pra lá de especial para o César, pois é o aniversário da filha dele, Lívia. Para quem não conhece a Vila Aurocam, ela fica bem ao lado de uma das mais movimentadas avenidas de Campinas, a John Boyd Dunlop. Nesse dia, como em todos os outros o César pegou seu Renaut e saiu para trabalhar, assim que entrou na J. B. Dunlop e começou a subir a avenida, seu veículo parou. Ele estacionou o carro bem próximo da calçada para não atrapalhar o trânsito e foi checar o que havia acontecido. Ele só cometeu um erro, esqueceu de puxar o freio de mão do carro. Quando abriu o porta malas para pegar o triângulo para sinalizar o trânsito, o carro começou a descer de ré. "Sei lá o que deu em mim, minha reação foi segurar o carro", contou. A roda do veículo bateu na guia e virou a direção para o lado oposto, jogou o César no chão e o carro passou em cima do seu pé direito e ainda derrubou um motoqueiro, que apesar da queda nada sofreu de grave. Com o corpo ainda quente ele se levantou foi até o carro deu partida e não é que o danado pegou disse César. Ele levou o veículo e pode estacionar o carro em sua casa, mas desta vez puxou o freio de mão. Só aí viu que o pé começou a inchar e foi para o hospital. O pé foi quebrado em quatro lugares e precisou passar por uma cirurgia. O quarto onde ele ficou internado só tinha acidentados com moto, e todos os motoqueiros da ala do hospital quando souberam da história não acreditavam. Perguntei ao César se ele tinha vontade de vender o Renaut. Disse que não e que não via a hora de voltar a trabalhar para poder dirigir. Pelo jeito isso só deverá acontecer depois da Copa do Mundo. Ele irá precisar fazer muita fisioterapia para ficar 100%. O César, meus amigos, é esse sujeito gente boa aí da foto que autorizou o usar a imagem e contar essa história. Mais uma vez César,  me desculpe pela gargalhada naquele sábado ensolarado. Tenha uma boa recuperação, feliz 2014 e comece o ano sem o freio de mão. Esta história não aconteceu comigo, mas merece ser contada. 

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