Senta que lá vem história. E essa é das boas:
Certo dia, na rotina do jornal, não sei se 2004 ou 2005, pintou uma pauta que chegou pra gente mais ou menos assim: "Bassan fala com o Johnny Inselsperger (que é repórter) e vão até o City Bar que terá uma manifestação por lá, mas não disseram qual seria a tal manifestação". Antes de falar da manifestação, vou falar do City Bar. Para quem é de Campinas, o bar dispensa apresentações. É um dos bares mais tradicionais da cidade e segundo Seo José (dono do City) e 99,9% da clientela, e me incluindo nessa lista, diz que lá tem o melhor bolinho de bacalhau do mundo, além da cerveja estupidamente gelada, claro. Sou frequentador assíduo e portanto conhecido de todos os garçons. Voltemos a manifestação: e eu Johnny chegamos no bar e logo quiseram nos trazer uma gelada. Recusei e disse que estava a trabalho. O Adriano (um dos garçons) me perguntou que trabalho era e eu disse que haveria algum protesto ali. Só que eu nunca imaginei o que estaria por vir.
Enquanto conversávamos, chegou um caminhão de som e o som estava alto pra caramba: começou o protesto. Pra resumir a história, o dito cujo era sobre um ocorrido alguns dias antes que, segundo as pessoas que estavam protestando, dois rapazes que estavam sentados na mesa do bar além de apreciarem a boa gastronomia e a cerveja gelada começaram a se beijar e os garçons pediram para eles se retirassem. Disseram que foram feitos alguns comentários preconceituosos e outras coisas mais. Por isso em forma de protesto eles dariam um beijo coletivo denominado Beijaço Gay. De repente muitos casais ou parceiros do mesmo sexo se levantaram das mesas e deram o famoso beijaço como vocês podem ver na foto. Os clientes ou casais convencionais ficaram boquiabertos e até disfarçavam os olhares. Alguns riam, outros não aprovaram a atitude. Talvez até pelo alto teor alcoólicos outros tantos nem viram a cena que ficou para a história de um bar que já muitas outras. Ficamos mais alguns minutos por ali e como não houve nenhum incidente, fomos embora. No dia seguinte, fui ao City para tomar uma gelada e o Adriano olhou para mim e disparou: "porra Bassan você foi traíra pra caralho, poderia ter avisado a gente". Tentei sem sucesso convencê-lo que não sabia e mesmo que soubesse não poderia interferir na história pela ética no jornalismo. Aliás ética é uma palavra que se escreve muito em redações porém alguns "coleguinhas"devem desconhecer o real significado dessa palavra, mas essa é uma outra história. O Adriano (garçon) se sentiu traído e percebi que naquele momento a minha presença ali o incomodava. Não demorou muito para que isso fosse esquecido e aconteceu de forma natural. Mas sempre que passo por lá para rever os amigos ou degustar do "melhor bolinho de bacalhau do mundo", sempre me lembro dessa foto e dessa história (mais uma que vivi). Ainda hoje, quando chego com minha câmera ao City Bar logo chega um outro garçon, porque o Adriano já não trabalha mais no boteco, e me pergunta se irei fotografar alguma coisa. Dou um sorriso e respondo: "relaxa" só quero matar minha sede. Um beijo para todos.
oooi gostei muito do seu blog Carlão...
ResponderExcluirto seguindo segue o meu lá>><
beijos primo