sábado, 8 de março de 2014

Boate Heart Rock pegou fogo na véspera da inauguração (30/08/1991)























Senta que lá vem história. E essa é quente!!!
No dia 30 de agosto de 1991, aconteceu algo nada comum na cidade de Campinas. A boate Heart Rock que estava sendo construída e o burburinho na cidade fervia na expectativa da inauguração da casa noturna que aconteceria no dia seguinte. Os profissionais de comunicação eram os mais animados por causa do evento. Todo mundo fazendo planos para o dia seguinte. Alguns mais exaltados já tinham até escolhido quem iriam "xavecar" durante a festa. Só que ser jornalista às vezes da um azar danado. A festa de inauguração seria para os profissionais de imprensa o "famoso boca livre" deixava a galera ainda mais animada. Só que a época era de estiagem e uma seca danada tomava conta da cidade. O Correio Popular e o Diário do Povo eram concorrentes  e nós do Diário, no qual eu era funcionário, denominávamos como primo rico e primo pobre (adivinhem quem era quem?). Telefone celular na época era coisa que só existia fora do Brasil. Os contatos com a equipe de reportagem com a redação era sempre feito via "orelhão" (os mais novos talvez nem saibam o que é um orelhão). Fotógrafo e repórter tinham sempre um pacote de fichas telefônicas no bolso. Pois bem, o Correio sempre estava um passo a frente do Diário e já tinham sistema de rádio nos veículos. No Diário essa tecnologia só chegaria algum tempo depois. As fotos que fiz do incêndio foi mero acaso. Cheguei até o local quando vi a fumaça que vinha pelos lados da Rodovia Dom Pedro e disse a motorista, vamos ver onde é esse incêndio. Pensei que fosse no canavial. Para quem não sabe onde ficava a boate é no mesmo lugar onde funcionou a Pácha Brasil próximo ao Shopping Dom Pedro (que na época ainda não existia). A casa noturna estava praticamente pronta, só alguns detalhes tinham que ser reparados. Naquela tarde seca um dos operários da boate subiu no telhado para soldar alguma coisa que precisava de ajuste. Até aí nenhuma novidade. Só que o que cobria o teto do lugar era sapé e entre um pingo de solda aqui e outro ali o soldador esqueceu o maçarico ligado. Aí a batata assou, o fogo se espalhou rapidamente e destruiu a boate. Uma cena que me chamou a atenção aquela tarde foi ouvir o proprietário da casa dizendo para alguém o seguinte: tirem esse cara da minha frente senão eu vou matá-lo (claro que o cara que ele se referia era o soldador). Só para terminar essa história, Campinas deixou de ter uma das casas noturnas mais badaladas da cidade pelo menos era essa a expectativa. Nós profissionais de imprensa não tivemos a famosa festa para qual todos estavam se preparando e juro não rogamos nenhuma praga no cara. Penso que o único que saiu ileso dessa história foi o soldador, afinal a promessa do dono da boate não se concretizou!

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